A Morte intensiva ela é o Zero Radical, é você desligar a máquina sabendo que você é uma legião, (de defeitos, de ego) que não tem vontade própria, então a primeira coisa de que nós vamos tomando consciência, é de que nós somos legião, máquina.
Então nós precisamos colocar ordem na máquina. Precisamos desligar a máquina, que é a prática do relaxamento, depois vem a concentração.
Nós vamos ali soltando os músculos, todo esse trabalho aí do relaxamento junto com a concentração de soltar os músculos, imaginando
ali – a imaginação também entra – mantendo UMA ÚNICA OBJETIVIDADE nessa disciplina. A continuidade leva-nos a ter um ponto dentro de nós de concentração. Nós vamos ali soltando os músculos, todo esse trabalho aí do relaxamento junto com a concentração de soltar os músculos, imaginando ali – a imaginação também entra – mantendo UMA ÚNICA OBJETIVIDADE nessa disciplina. A continuidade leva-nos a ter um ponto dentro de nós de concentração.
O desligar a máquina é justamente a continuidade que você faz da prática diária, o que vai acontecer é que nós vamos começando a despertar aquilo de perceber as manifestações dos defeitos nos centros, seja no intelectual, seja no emocional, seja no centro motor, no sexual, no instintivo, e cada um deles tem umas particularidades muito notórias, que é impossível a pessoa nessa etapa, quando ela já atinge esse amadurecimento dentro dessas simples disciplinas, ela já tem o amadurecimento de saber que é um defeito psicológico.
Por exemplo, um pensamento totalmente fora daquilo que ela está fazendo. Ela lembra lá que tem que pagar a conta amanhã, bom, ela se propôs ali a praticar, a conta é totalmente fora, mesmo que essa conta tenha uma importância tal, porém naquele momento não, naquele momento o que é importante é a prática. Então essa é a manifestação de um defeito psicológico no centro intelectual. Aí
podemos sentir uma lembrança que nos traz ali uma mágoa, um sentimento ruim, esse já é um agregado no centro emocional. Aí vem lá um de luxúria e – porque ele é muito rápido – os de luxúria eles já vêm e assaltam mesmo o centro, e sentimos uma vibração lá no órgão sexual. Imediatamente nós vamos e suplicamos a morte daquela criatura que foi ali, e assim sucessivamente.
Nós vamos nos tornando conscientes da manifestação da legião dentro de nós, mas precisamos estar apenas observantes, sem alimentar qualquer tipo de tagarelice, de preocupação, estados de tensão ou usar o que nós aprendemos naquela mera informação subjetiva que fica tagarelando na mente, isso também é agregado. O trabalho ele é 100% prático. Nós precisamos aprender a relaxar, se nós não sabemos relaxar nós não podemos passar para a lição posterior. Precisamos primeiro aprender a relaxar, se o relaxamento é difícil imagine então a concentração.
Isso me lembrou uma história de um monge e esse monge ele estava pronto para passar para a prática de meditação. Então eram vários estágios. Primeiro o monge entrava ali na sala onde era só relaxamento, aí o Mestre achava que ele estava bom para passar para
a outra prática, de meditação já, e ele sempre passava por muitas perguntas, muitos questionamentos se ele tinha absolvido realmente a prática de relaxamento. Então é passado algumas provas como aquela do bastão para ver se ele está concentrado, fazem alguns barulhos na sala para ver se chama a atenção dele e ele passou nesta. Aí chamaram ele para a outra sala, na sala de meditação, lá é mais rígido, as horas que se fica ali na posição de lótus e a concentração no Zero é uma constante, não pode haver pensamentos.
Então tem que ter uma concentração num único pensamento e depois este mesmo tem de ser anulado para ficar com nada. Só que esse monge ele veio reclamar depois de algumas semanas para o Mestre, ele veio falando assim “Mestre, ando sentindo dores de cabeça” e o
Mestre imediatamente falou assim “Você a partir de amanhã volte para a sala de relaxamento, você não aprendeu a relaxar”. O que esse ensinamento, essa história, quer dizer? É que o monge ele não aprendeu ainda a praticar, ele ia com a mente, ele achava que com
a mente, coordenando com a mente, forçando a mente para ele relaxar ele ia alcançar o resultado. Mas não é, o relaxamento e a imaginação, ele não tem aquilo pensante.
É uma parte de observação, mais ligada à parte da observação, é mais consciência, mais essência. Então a pessoa vai observar e vai se deixar largar no relaxamento. Ela não vai pensar absolutamente nada a não ser ESTOU RELAXANDO e se deixar dominar pelo relaxamento, soltar a mente, a mente tem que calar, silenciar, ela é um veículo passivo. Ela não pode ser tagarela, ela não pode querer intrometer em nada. A mente ela é que nem um copo, só é usado quando a gente quer por as coisas dentro e tomar. A mente não pode estar ativa, isso é muito importante.
Então nós precisamos aprender a observar os ensinamentos, a vivê-los, nos entregando às práticas. Relaxamento? Tá, vamos então relaxar. Pegamos uma cadeira que nos sentimos ali confortáveis para ficar ali um tempão e vamos soltando os músculos muito lentamente, imaginando que eles vão se soltando, relaxando. Começamos lá dos pés e vem subindo e imaginando que eles vão se soltando e vai subindo, subindo às pernas, aos joelhos, vamos sentindo os músculos soltando, vamos nos concentrando nisso até chegar na nossa face. Na face parece que não, mas na face tem muitos músculos que são tensos.
Os músculos da face são os que nos impedem praticamente 70 % de nós não conseguimos os resultados nos desdobramentos astrais, por causa da tensão. Os músculos dali do omoplata, do ombro também, aquele das costas. Todos esses precisam passar por esse processo do relaxamento. Aí nós vamos vendo o quanto é importante o relaxamento e aprender a fazê-lo.
Essa lição do monge é pura Gnose. Ele tem que voltar para a lição anterior. Não adianta nada querer pular para a lição da frente se não aprendeu ainda a base, nem é a base ainda, é a própria base de todas as práticas, que é o relaxamento e a concentração e entra
também a imaginação. São três coisas que trabalham juntas, a imaginação, a concentração e o relaxamento – e a auto-observação. Então nós precisamos ali aprender essas três faculdades bem desenvolvidas dentro de nós, relaxamento, concentração, auto observação – essas três aí que nós precisamos. Aprendendo essas nós vamos começando a partir para a concentração, entra então a imaginação. A imaginação é ver.
Quando nós começamos a concentrar nessa maneira ascendente nós passamos a ver e vamos abrindo algumas percepções que estavam dormindo naquela maré de hábitos mecânicos que nós somos condicionados pelo ego, pela personalidade, que o ego criou a personalidade, o ego ele só usa a personalidade para se alimentar. Então são os impulsos do caráter, uma série de coisas aí, de características nossas que não servem e são 100% nocivas ao trabalho. Quando nós aprendemos a relaxar aí que nós vamos passar para a próxima etapa que seria a concentração.
Essa concentração nós vamos escolher sempre o mais difícil e por quê? As pessoas falam assim “Ah, mas não é melhor ir pelo mais fácil?” Eu falei NÃO. A nossa mente, o nosso ego, aliás, vamos chamar de ego, ele gosta dessas coisas de fácil, ele gosta que venha por ali. Uns que gostam da mente falam assim “Ah, é algo didático” Não é não, isso cria trilhos de hábitos mecânicos. Então vai pelo mais difícil, esse
dá resultados porque ele é difícil, ele exige, e você não vai ter apoio em lugar nenhum, nem muletas, porque uma coisa é você se agarrar na muleta, aí depois não larga a muleta, vai com ela, tentando ir com ela de qualquer jeito mas não passa.
Então vejam que o difícil é o melhor caminho. Então concentre-se no coração. Ele é mais difícil. Por quê? Porque você não o vê, começa por aí, e você tem que senti-lo, você vai ter que aguçar a sua percepção interna para sentir as suas pulsações, e vai ter que usar a imaginação para poder saber quando que as válvulas estão abrindo-fechando, imaginando o sangue fluindo para as veias, e ali tudo você vai imaginar, todo o percurso do sangue dentro de você. Isso é uma concentração que atinge a perfeição sem deixar fluir para outro tipo de pensamento. O que você está fazendo nesse instante? Você está voltando todas as suas percepções dos sentidos para a concentração.
Na continuidade dessas práticas de concentração, quando estiver em astral você vai estar consciente. O objetivo da concentração é te fazer estar lá também tão consciente quanto você estava se exigindo ali, ou seja, querendo colocar a prática, impondo-se a praticar
corretamente, até atingir a perfeição na concentração. Então vejam que veio sim uma didática, teve uma didática, ela veio pelo relaxamento, depois veio pela concentração num só ponto mais difícil, e ali foi-se tomando proporções já práticas dentro de nós. Aí que vai atingindo os resultados.
Quando nós passamos depois da concentração, agora eu vou observar, nós atingimos o ápice da concentração. Nós estamos bem
concentrados. Nós vamos observar apenas o nada dentro de nós, ou seja, observar não é pensar, é contemplar e contemplar é um estado de percepção aguçada a qualquer coisa nova que possa acontecer dentro de nós.
Então é nesse estado que nós vamos descobrir os defeitos assaltando os centros. Eles não conseguem ficar calados, parados, eles não suportam as práticas, eles vão assaltar o centro que ele está acostumado a ir, seja intelecto, emocional, ou sexual, ou motor, ou o instintivo. O instintivo até é algo assim que todo mundo já experimentou. São aquelas coceirinhas, as coceirinhas, os incômodos, dorzinhas, de ficar ali, esses daí já são as manifestações de agregados psíquicos, já são sim, só que eles estão no centro instintivo, às vezes no centro motor, precisamos suplicar à Mãe, ali naquele instante, para tirar aquele detalhe, voltamos à concentração. Então aí nós vamos direcionando a nossa concentração e a auto-observação ao defeito, ele agiu op! “Desintegra-o!” E volta imediatamente
sem tagarelar nada para a etapa que nós estamos praticando. Não é se deixar ali em devaneios, entrar num devaneio mental, ativa de novo a mente, perde todo relaxamento anterior, perde todo o trabalho que fez da concentração por causa de uma tagarelice atrás da manifestação de um defeito, é isso que ele quer, por isso ele assalta, para que nós percamos o ponto de concentração. Espero ter
sido mais claro, até que vocês compreendam o que é realmente a morte intensiva.
Obrigado, boa noite a todos.
V.M. Raphael