Quando você sempre está solto a maré da vida, a vida te joga de um lugar a outro feito peteca, feito lenho solto em um rio que está a mercê da corrente e da água que vai encharcando o tronco até ele ficar pesado e denso e vai afundando, vai apodrecendo, entrando em decomposição e vai se dar no fundo do rio ou do mar, até se decompor, “morte segunda”. Mas quem poderia dizer algo para ególatras compreenderem?
O que seria um ególatra? O que é um ególatra? O ególatra é aquele que ama o seu ego, ele ama o que ele personificou sobre Deus, o ensinamento de Deus, sobre Jesus Cristo, sobre vida, política, casa, família, educação, religião ele colocou tudo isso em uma prateleira e fica decorando o dia inteiro aquilo ali e fica no hábito mecânico que se criou, como um trenzinho ferrorama, sentado em cima dele e até Jesus Cristo está sentado no carrinho ferrorama dele, mas ele crente que ali é o ferrorama do reino de Deus.
Ele até colocou lá na frente do ferrorama, escrito assim: “reino de Deus, o trem do reino de Deus”, que ele nesse auto engano vem fazendo com que todo mundo entre naquele trem, não oferece as ferramentas para se contruir a escada de Jacó, ele até ignora o que é isso e se eu falar ele vai me jogar fora daquele trem em movimento, seu eu entrar por acaso voando naquele trem.
O que será que o ególatra poderia entender ou compreender? Compreender é mais do que entender, o entendimento é meramente mental, o compreender já é de consciência, está em um nível superior, está em uma supra dimensão superior, hexadimensional, enquanto que o entender está no pentadimensional, meramente mental.
Então como ególatras iriam compreender alguma coisa? Por isso que a frase está correta, “mas quem poderia dizer algo para ególatras compreenderem?”. É a mesma coisa naquele dito popular onde o tigre estava discutindo com o burro. O burro chegou para o tigre e falou que a grama é azul e o tigre disse: “não, é ver”, e o burro disse: “não, é azul”, aí a discussão ficou ali e foram levar para o leão dar o veredito, e o burro questionou o leão dizendo: “Senhor Leão rei da selva, a grama não é azul!” e o leão disse: “sim a grama é azul”. O tigre olhou espantado para o leão: “mas vossa excelência, a grama é verde e tu sabes disso”, e o leão olhou para o tigre e disse: “não, é azul”. O burro saiu dando risada da cara do tigre.
Depois quando estava só o tigre e o leão, o tigre perguntou ao leão: “senhor, tu sabes que a grama é verde”, e o leão disse: “sim, eu sei que é verde, porém o que faz você discutindo com burros?”.
“Se você sabe a verdade porque vai discutir com quem não aceita nem o que seus olhos enxergam? Nem a cor certa das coisas! Como pode discutir com ele? Você vai ser punido e não ele”.
E acabou sendo punido por isto, por discutir com aqueles que querem através da mentira… veja só a analogia com os tempos atuais, através do falar seguidamente a mentira, ela vai tomando ar de verdade, as pessoas passam a acreditar na mentira, elas se deixam levar pela fala dos outros porque não buscam consciência, estão apoiadas no ego. Então o ego oscila de acordo com os egos, com o trenzinho da alegria que cada um tem um no seu trilho de hábitos mecânicos.
Estão caminhando em descendência, todo mundo. Aquele trem está indo ribanceira a baixo, sem freio, vai chegar a hora que não tem mais nenhuma estação onde o freio possa funcionar para dar uma parada naquela estação, por que está em declínio, um caminho descendente, uma escala descendente, uma lei descendente, uma oitava para baixo, caindo, por que seguidamente criou-se um habito mecânico que é daquele jeito que ele acha que é, amarrou seu cavalo ali e mesmo que alguém fale que está errado ele não vai ouvir. Vai pelo contrário, querer convencer as outras pessoas de que o seu ponto de vista, a sua carruagem, o seu trem da alegria está indo no caminho certo.
Porém, nós que sabemos que o ensinamento, as palavras que foram ditas de lábios a ouvidos, que hoje já não estão mais de lábios a ouvidos, por que os mestres que vieram depois abriram essas parábolas para ver se sai as pessoas desse trilho mecânico de hábitos que leva para a morte segunda.
A consequência de oitavas descendentes resulta na entropia coletiva, enquanto que, antes era uma entropia pessoal, individual, mas quando todos ouvem aquele que só vai ribanceira abaixo, vai levando todo mundo, todo mundo cria seu carrinho da alegria, seu trenzinho da alegria e vão todos ribanceira abaixo formando uma correnteza involucionante, aí nasce a coletividade da entropia. Todos estão indo de mãos dadas para a morte segunda e achando que estão indo para o Céu. O auto engano.
V.M. Raphael