Na conferência de hoje, nós estávamos aqui conversando antes sobre todas essas reações automáticas, que são inúmeras. As dificuldades da vida, situações que chegam, todas elas trazem uma oportunidade para descobrir a si mesmo, caso contrário, identificamo-nos, perdemos essa oportunidade nos deixando levar por uma série de sentimentos, pensamentos e uma série de corações feridos e doloridos, uma série de coisas que são os inimigos internos, não é? Para aquele que é cristão, sabe o que eu estou falando.
Para aquele que não o é, basta pegar qualquer uma dessas frases e se apoiar nela para colocar o outro no muro. Mas estar no lugar do outro ou da situação de qualquer um, isto é para raros. Raros têm essa capacidade. Porém, os outros apenas censuram, mas não estão no lugar daquele que é censurado.
Outra missão que A Gnose ensina é observar o ponto de vista alheio, respeitar o ponto de vista alheio, aceitar sempre com bom grado, o desagrado, e ter paciência infinita porque a prova do fogo é a paciência. Se nós não temos paciência, nós não conseguimos vencer os defeitos, não é?
Vencer as Dificuldades – Transformando-as – Requer de Nós Paciência, Humildade e Vontade de
Aprender com Elas ao Invés de Nos Identificar com Elas.
Pergunta: – Mestre Raphael, poderia nos falar sobre reagir e transformar impressões?
Resposta – V.M. Raphael –: Veja, uma situação como esta que aconteceu. Nós sabemos os dois lados. Uma pessoa cheia de tarefas e pouco tempo para realizá-las. A distância enorme para correr de um lado a outro, para resolver esses problemas. Estudar sobre os problemas. Veja como é que foi. Eis aí uma situação que podemos aproveitar para dar exemplos sobre a transformação das impressões.
Se nós temos muito trabalho e identificamo-nos com esse monte trabalho, o que acontece? Estressamo-nos e acabamos fazendo tudo ao contrário, tudo errado. Identificamo-nos e alimentamos o Ego e nos desequilibramos. Vêm as doenças como inúmeras dores de cabeça, o próprio corpo cansado, consumido pelos Eus. Essa identificação acaba fazendo com que nós ao invés de transformar as impressões, identifiquemo-nos com as situações, com os problemas. Consequentemente, nós perdemos a oportunidade.
Transformar as impressões é quando as coisas dão errado, você sempre buscar a paciência e nunca ficar “martelando” que aquilo deu errado, mas procurar a solução do problema pela paciência, refletindo, silenciando “a mente”, encontrando a paz interna. Quando você deixa de pensar no problema, eis que o problema se resolve, ok?
Por exemplo, nós estamos em uma situação, como vamos resolver essa situação difícil? Se nós nos identificamos com essa situação, obviamente qualquer solução para essa situação fica totalmente ignorada. Mas se nós estamos em equilíbrio interior, encontramos a saída. Essa é a diferença. Mas entre essa retomada de vencer a situação e transformar as impressões está a paciência, a humildade, a capacidade de ter vontade de se superar, enfrentar a dificuldade e aprender com ela. A outra parte é você protestar e sair falando um
monte de coisas, alimentando um mal terrível, ainda pior do que pode ser a situação. Eis que saíram todos os agregados alimentados.
Outra coisa é você dizer algo como uma pressão psicológica em cima de alguém se você não aprendeu a se colocar na situação de alguém, quando você faz isso, está fazendo contra você mesmo, pois pelos mesmos critérios de seus julgamentos você será julgado. Se você aprendeu isto e ainda assim, não aprendeu a transformar as impressões, então tente se colocar no lugar daquele que você julga, ou ao contrário, o peso de suas palavras contra você mesmo e você encontrará o Eu, aquele que faz mau uso do verbo.
Diversas são as Oportunidades para Autodescobertas. Porém, Ver isso Requer de nós Enfrentamento
Direto da Ingratidão que nos Venda os Olhos.
Comentário – V.M. Raphael –: Tivemos alguns problemas com os computadores. Peço perdão a todos pela ausência. Que a paciência seja o objetivo a ser alcançado. É sempre uma grande oportunidade de vencer a impaciência, as autoconsiderações, manias de grandeza, manias de autoimportância, essas tantas manifestações do Eu que leva à confusão mental, à perturbação, ao estresse, enfim a criação e alimentação de inúmeros agregados psíquicos que, no final das contas, se nós formos reparar mesmo o dano causado, nós
perdemos a vida alimentando tanto lixo psicológico.
Chamo a todos a paciência, chamo a todos para a auto-observação para que sejam revolucionários e descubram esses Eus reacionários que a todo o instante estão querendo levantar o dedo contra o irmão e jamais o dedo contra si mesmo. Então, não observam o ponto de vista alheio, não respeitam o ponto de vista alheio, não se colocam no lugar do próximo, não se sacrificam pelo próximo e não observam as dificuldades que o próximo possa estar vivendo. Ou seja, a ausência de fraternidade no coração, a ausência de solidariedade no coração, a ausência do altruísmo.
Isso são reações, são coisas graves contra o altruísmo gnóstico. Se nós aqui dizemos que “somos gnósticos”, então que estejam estas lições que nós entregamos – Todas – muito bem praticadas, porque são provas de fogo. Não estou exagerando em nenhuma vírgula do que aqui disse. É estreito, pois a paciência, ela é aplicada nas provas do fogo para se qualificar o tipo de estudante que vai entrar nas difíceis provas que virão a seguir.
Não é questão de alguém nos reprovar, somos nós mesmos que nos reprovamos com as nossas próprias atitudes, manias de grandeza, essas colocações de autoconsiderações, de Ego ferido. Isso tudo é negativo. Se nós aprendêssemos realmente A Gnose, estaríamos observando e percebendo que as pessoas estão lutando por nos ajudar. Somos nós, com a nossa ingratidão, que não estamos vendo, porque estamos muito ocupados dentro das nossas autoconsiderações, achando-nos mais importante do que alguém.
Aquele alguém que realmente possa ter alguma importância, ele está lutando por derrubar a sua própria importância, derrubando a si mesmo para descobrir o que está se movendo atrás no véu das ilusões, das tantas manifestações que acontecem em todo o instante se nós estivermos em alerta à novidade.
Por isso eu digo: “– O caminho é solitário.” Ele não é de muita gente. Ninguém vai abraçado um com outro, de mãos dadas cantando. O caminho é estreito, difícil, é uma porta estreita, onde passa um de cada vez. Precisa estar muito magrinho. Esse magrinho que eu digo é de valores do Eu, valores que essa doutrina do Eu coloca. Se nos achamos muito importantes, que as pessoas precisam se sacrificar por nós, estamos alimentando o orgulho, a vaidade, apoiados nesse mundo obscuro, infradimensional do Eu.
É preciso descer desse pedestal, desse patamar ilusório que nós criamos e nos colocar sempre como o último de todos, o menos importante, o que mais deve, e não aquele que merece recompensas, pois assim, nós estamos mostrando ao nosso Ser que aprendemos a lição.
Essas mensagens não são apenas mensagens, mas lições práticas que precisam estar vivas em cada um de nós. As dificuldades, elas sempre vêm e sempre virão. Os vencedores é que são poucos, são raros. Mas podemos mudar isso, não podemos? Então, contem comigo para isto, aqueles que querem vencer a si mesmos, a própria ignorância. Não julguem porque serão julgados.
Paz Inverencial a todos.
V.M. Raphael
Trecho extraído da conferência do dia 1 julho 2011.